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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MÚSICO >> BAIXISTA >> VIRTUOSO >> MUSICAL


Você sabe como dirigir um carro? Se a resposta for sim, você já deve está acostumado a realizar várias ações simultaneamente e a dominar vários comandos. Se a sua resposta for não, deve achar complicado como uma única pessoa controla um volante, marchas, três pedais e uma série de comandos. É meio engraçado isso, mas assim acontece com os Músicos.
O Músico ler a partitura, toca seu instrumento, a mão direita tem uma função, a esquerda tem outra, obedece à uma pulsação, à um andamento, cuida para seu som sair com qualidade, interpreta e às vezes, se possível, marca o tempo batendo no pezinho (rs). É muita coisa para uma única pessoa gerenciar, muitos comando para o cérebro determinar. As pessoas que não tocam, acham isso dificílimo (e é mesmo), mas já estamos acostumados.

Ser Baixista, é ser tudo descrito acima. Porém, ele é responsável pelo swing, por fazer os ossos balançarem, é encarregado de fazer aquelas levadas que dão um tempero especial às músicas.Como disse o baixista Fernando Savaglia em uma coluna (revista Cover Baixo nº 48, set. 2006, pag.68): 
"[...] tentar entender um groove de funk lendo uma partitura é a mesma coisa que procurar explicar que a consciência pode existir independentemente do cérebro [...] Conceitos como suingue não se explicam e não podem ser aprendidos se foram simplesmente lidos em algum lugar [...]" 
No entanto, há um ponto, que é crítico por sinal, que muitos baixistas erram no tempero. É preciso ainda ter sensibilidade. Às vezes, uma levada simples e coesa é o suficiente para preencher e dar um swing característico na música. Encher a levada de notas e mais notas, numa rapidez tremenda pode não soar tão bem e parecer mais uma demonstração de técnica, talvez para demonstrar um certo virtuosismo.

Mas o que é ser Virtuoso? Na Itália dos séculos XVI e XVII, a atribuição de virtuoso era dada a um músico por seu notável conhecimento teórico. Definição sustentada por estudiosos como Sebastien de Brossard, Johann Gottfried Walther, Johan Matthenson. Com o tempo, passou-se não só a valorizar-se um vitusoso por seu conhecimento teórico, como também por deter uma habilidade exepcional em um instrumento.
Johann Kuhnau definia um virtuoso em seu instrumento, alguém dotado de grande prática, altamente dotado de técnica bem desenvolvida, complexa. (leia definições mais detalhadas em http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtuoso).
Eu concordo com ele. Não adianta ter muita técnica, se você não tem conhecimento para aplicá-la na música que você faz, e o mais importante, não há razão de ser virtuoso teórico e prático se você não consegue musicalizar estas habilidades.
Para tocar, não precisamos ser virtuosos na teoria e na prática, basta termos musicalidade, ou vai dizer que nunca viu e ouviu pessoas sem a mínima noção de música teórica e técnica, tocar suas violas e rabecas (mesmo com vícios) e compor músicas simples, mas bonitas, expressivas, que transmitem emoção para quem ouve. Podemos ser virtuosos na teoria e na prática, mas se não tivermos musicalidade para transformar informações, conceitos e técnica em música, seremos apenas macacos treinados. Habilidade prática e conhecimento teórico são fundamentais, isso é indiscutível. A técnica e a teoria devem ser pilares para podermos desenvolver e fazer música, e para isso precisamos ser musicais. Podemos citar exemplos de músicos virtuosos, tanto na teoria, quanto na prática, além de serem divinamente musicais, como Heitor Villa Lobos, Ludwig V. Beethoven, Amadeus Mozart, Nicolo Pagannini, Jaco Pastorius, Nico Assumpção, o grande e saudoso Sivuca, Alain Caron, John Patitucci. Também podemos citar baixistas que não executavam levadas entrincadas, mas musicais como John Deacon, Paul McCartney e Sting, o que não quer dizer que não tinham amplo conhecimento da teoria, pois sabemos que todos eles são bem conceituados e desenvolveram e/ou desenvolvem trabalhos de alta qualidade musical.
Aproveitando o embalo, gostaria de falar sobre multi instrumentismo (ou multi instrumentalismo). Sabemos que para dominar um instrumento, em linguagem coloquial, precisamos suar a camisa, nos dedicar ao máximo e buscar sempre aperfeiçoamento. Porém, para apenas tocar mais de um instrumento não precisamos ter alta habilidade em  todos, agora para dominar mais de um instrumento no sentido amplo da palavra, são outros quinhentos.
Eu mesmo passei e passo por essa vivência. Comecei estudando baixo acústico e violino simultaneamente, que são dois extremos (coisa de doido mesmo rs). Me machuquei estudando baixo acústico e migrei para o baixo elétrico, e paralelamente continuei estudando violino. Teve uma hora em que ficou complicado conciliar os dois instrumentos (que estavam no mesmo nível de aprendizado, exatamente nos mesmo períodos), e tive que escolher entre um deles. Como vi que minha vida sempre foi o contrabaixo, tranquei o curso de violino. Durante esse tempo avancei meus estudos de baixo elétrico, e atualmente iniciei meus estudos em saxofone. Organizo meus horários para desenvolver bem os dois instrumentos, dividir bem o tempo para estudá-los, e ainda tenho a vantagem de ter um conhecimento maior em baixo do que em saxofone, o que garante que não ficarei tão sufocado, pois em cada instrumento estou em níveis diferentes, e mesmo assim é um desafio muito grande. Toco ainda violão, que me ajuda em estudos de harmonia e flauta doce para auxiliar nos estudos de solfejo, quando me dá saudade, toco um pouquinho de violino, mas somente como hobby, pois levo a sério mesmo o contrabaixo e mais recentemente o Sax. Tenho vontade ainda de conhecer mais sobre o violoncelo e o bandolim, pois tenho grande admiração por essses instrumentos.
A história musical traz muitos exemplos assim, como Mozart, que era virtuoso no piano e no violino (e ainda tocava viola de arco em quartetos), Heitor Villa Lobos, no piano, violão e violoncelo (enfim Villa Lobos é Villa Lobos e ponto final rs), Nicolo Pagannini, violino e supostamente violão também, Flea no baixo elétrico e trompete. Viram? É díficil, mas não impossível.
Conhecer mais de um instrumento é sempre interessante, mas devemos focar naquilo que queremos e desejamos nos destacar. Eu amo baixo elétrico e quero morrer tocando baixo elétrico, mas também me encantei com o sax, e pretendo seguir esse caminho também (que Deus me ajude! rs). É preciso abdicar de muitas coisas, ser dedicado e levar a sério, só assim virão os resultados esperados.

Bom, se você optou também por seguir esse caminho, estudem e pau na máquina!

Até a próxima!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Música e Drogas.... Um assunto "Grave"


Falar sobre drogas hoje em dia é um ato de conscientização, de alerta, de prevenção. Agora, falar de drogas em relação à Música, é um assunto polêmico e careta, pois sabemos que muitas personalidades da música usam ou já usaram (para aqueles que já faleceram).
Já ouvi comentários que explanavam que o uso das drogas aumentava a capacidade de compor, de improvisar, além de "turbinar" a perfomance dos músicos.
Eu particularmente discordo. Música e drogas não tem nada haver. A música é uma arte que traz a liberdade, o direito incontestável da expressão. A música faz com que sua voz seja ouvida e gravada nas mentes das pessoas, e é, o discurso que nunca morre. Já as drogas te aprisionam, corrompem, destrói neurônios, comprometem sua capacidade de raciocínio, te trancafiam na dependência e te consomem a vida aos poucos.
O talento para música é algo dado por Deus, é um dom divino, é literalmente a expressão da alma. E como todo dom, precisa ser desenvolvido, maturado e lapidado, caso contrário ele permanece como recebeu, permanece em seu estado potencial.
As drogas, ao contrário do estudo, fazem declinar o dom que Deus dá.
Ser músico, como costumo falar, é ser o mensageiro das boas novas. É ter a responsabilidade de trazer alegria e emoções aos corações humanos, e esta é uma responsabilidade grande.
Infelizmente, músicos extraordinários, conhecidos e desconhecidos, trincam seus dons usando drogas, acabam com seus talentos com substâncias mortais que não ser vem de nada, a não ser de deixar seus usuários entorpecidos, reduzindo seu tempo de vida, destruindo notas que jamais serão ouvidas.
As drogam deixam uma partitura mais preta e branca do que ela já é, pois apagam o brilho e a luminosidade das notas quando são tocadas.
Quando falamos de drogas, pensamos logo em maconha, crack, cocaína e tantas outras por aí, mas dificilmente lembramos do álcool, do cigarro, que são drogas lícitas.
O álcool, assim como qualquer outra droga ilícita, já arruinou carreiras. O Rei do Rock n' Roll, Elvis Presley, se consumiu pelo uso descontrolado de drogas e álcool, entre outras personalidades.
Não se iluda, vivenciar a música não envolve vivenciar as drogas. Fique alerta, preste atenção, amigos verdadeiros não permitem que você faça a bobagem de se viciar, e sim te guiam por bons caminhos.
O caminho certo para a decadência, para o fracasso e para a morte é usar drogas. Apessar de muitos músicos famosos aparentarem está bem, lembre-se que o que vemos não é igual aos backstages.
Enfim, para quê drogas? Buscar a música proporciona nuances e sensações que transcendem todo o entendimento, percepção e capacidade de humana de descrever isso por meio de palavras.

Esse é o recado que deixo à você músico, principalmente se você for jovem e cheio de vida pela frente.

Grande abraço!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Quando tocar dói - Como prevenir dores e lesões.


Não há nada mais prazeroso do que tocar um instrumento musical. Assim, como deve ser para o atleta praticar esportes, para as bailarinas realizar coreografias, para o pintor fazer quadros, enfim, quando fazemos aquilo que gostamos nos sentimos realizados.
No entanto devemos observar como nosso corpo se adapta à essas atividades. Para nós músicos, não seria diferente. Para tocarmos nossos instrumentos, precisamos ter uma postura correta. Uma postura correta nos ajuda a ser mais ágil, a ter mais flexíbilidade e mobilidade para a execução, além de prevenir dores e lesões, que se não forem observadas, podem destruir a carreira de alguém! Não é exagero! Devemos ter muito cuidado quanto à isso.
Antes de tocar e/ou estudar nosso instrumento, devemos preparar nosso corpo para essa atividade, afinal antes de qualque atividade nosso corpo se encontra ou em estado de relaxamento, ou em estado de tensão.
Portanto, devemos realizar exercícios de Alongamento e Exercícios de Aquecimento.

"Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que elas aumentem o seu comprimento. O principal efeito dos alongamentos é o aumento da flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível de uma determinada articulação. Quanto mais alongado um músculo, maior será a movimentação da articulação comandada por aquele músculo e, portanto, maior sua flexibilidade."
 (Definição encontrada em http://www.faac.unesp.br/pesquisa/nos/mexa_se/alongamentos/imp_alongamentos.htm)

São esses exercícios que nos proporcionarão uma maior flexíbilidade, que é essencial para exercutarmos exercícios de técnica difíceis e trechos complicados fisicamente falando, pois aumentam nossas possibilidades de movimentos.

Os Exercícios de Aquecimento preparam nosso corpo para uma atividade, buscando uma integralização entre mente e corpo. Esses tipos de exercícios são dividos em duas subcategorias:


"Aquecimento geral: Os principais objetivos fisiológicos do aquecimento geral são: obter um aumento da temperatura corporal, da temperatura da musculatura e preparação do sistema cardiovascular e pulmonar para a atividade e o desempenho."


"Aquecimento específico: O aquecimento específico deve ser realizado após o aquecimento geral. Este tipo de aquecimento é fundamental nas modalidades esportivas coordenativas. Consiste em exercícios que se assemelham tecnicamente aos que serão executados na atividade posterior. "

(Definição encontrada em http://www.faac.unesp.br/pesquisa/nos/mexa_se/imp_aque.htm)

Como podemos observar, o aquecimento antes de uma atividade é muito importante, pois nos prepara para atividades coordenativas.
Sendo assim, esses exercícios são amplamente e totalmente recomendados antes de tocarmos e/ou estudarmos nosso instrumento, nos fornecem flexibilidade e nos preparam para isso.
Como já não bastasse tantos benefícios, eles ainda previnem dores e lesões.
Vai dizer que você nunca ouviu falar em LER (Lesões por esforço repetitivo)?

"O termo LER refere-se a um conjunto de doenças que atingem principalmente os membros superiores, atacam músculos, nervos e tendões provocando irritações e inflamação dos mesmos. A LER é geralmente causada por movimentos repetidos e contínuos com consequente sobrecarga do sistema músculo-esquelético. O esforço excessivo, má postura, stress e más condições de trabalho também contribuem para aparecimento da LER. Em casos extremos pode causar sérios danos aos tendões, dor e perda de movimentos. A LER inclui várias doenças entre as quais, tenossinovite, tendinites, epicondilite, síndrome do tunel do carpo, bursite, dedo em gatilho, sindrome do desfiladeiro toracico e síndrome do pronador redondo."
(Trecho disponível em http://cliquesaude.com.br/ler-lesao-por-esforco-repetitivo-204.html) 

Estudar um instrumentos musical não significa apenas aplicar a teoria musical à ele, à executar os mais bravos estudos ou tocar tudo o que ver pela frente. Quanto mais informações você dispor, de muitas áreas, melhor ainda, e isso se chama estratégia, de como melhorar, potencializar e aumentar o rendimento de seus estudos.
Então, tenha muito cuidado e atenção como você está tocando, faça alongamentos, aquecimentos, corrija sua postura e principalmente, respeite seus limites. A dor é um sinal de que algo anda errado naquilo que você fez ou está fazendo. Portanto, ao menor sinal de dor, pare de treinar, faça uma pausa, relaxe e repeite-se, pois não somos feitos de aço.
Comigo foi assim. Quando entrei para a Escola de Música do Estado do Maranhão, não haviam vagas para contrabaixo elétrico. Haviam então vagas para contrabaixo acústico, e eu comecei então a estudá-lo. Como não possuía um contrabaixo acústico em casa, tinha que passar horas na escola de música para colocar os programas de estudo sempre em dias. Sem contar que o contrabaixo acústico disponível para estudo mais parecia um varal, de tão altas que eram as cordas! Nos meses de férias, chegava a estudar contrabaixo acústico 7 horas por dia! Eu sempre tomei cuidado com minha musculatura, fazia alongamentos, me aquecia, mas não fiz o mais importante, eu não respeitei meus limites, não soube a hora de parar, queria a todo custo ser um bom instrumentista, um bom baixista... 
Então, no final do primeiro semestre de 2008, me apresentei em um recital, onde executei duas músicas. Essa foi minha última apresentação com o baixo acústico. No final da segunda música, senti um formigamento na mão esquerda e uma visgada agudíssima no punho esquerdo (quase erro as arcadas da peça). 
Eu ignorei esses sintomas, e continuei estudando e estudando, até que percebi que estava perdendo mobilidade, força e agilidade para realizar as posições e dedilhados no baixo acústico. 
Fiquei apavorado e procurei ajuda especializada. Fui a um ortopedista e realizei um ultrassom do punho e mão esquerda. O diagnóstico revelou que eu havia desenvolvido uma doença chamada Síndrome do Túnel do Carpo. Imediatamente tive que que abandonar os estudos de baixo acústico (ainda bem que existem os Uprights rs). Mas Deus é bom e fiel, e como o baixo elétrico possui cordas de menor calibre, ação mais baixa das cordas e um braço mais confortável, pude seguir meus estudos normalmente no contrabaixo elétrico. Graças ao Bom Deus, essa fase dolorosa passou e hoje levo meus estudos naturalmente, mas jamais ignoro sinais de dor e nem me descuido com alongamentos e aquecimentos.
Então a dica que dou para você baixista, que sabe como o nosso instrumento possui medidas e cordas mais pesadas que os outros, é se cuidar e respeitar seus limites, para que incidentes tristes como esse não venham a acontecer. E se por infelicidade venham a ocorrer, procure um médico ortopedista e a ajuda de um fisioterapeuta.

Espero que este artigo tenha sido muito útil e ajude pessoas a se prevenirem de dores e lesões.

Fiquem com Deus!!!

Dedico este artigo a mamuska, minha mãe Hanna, que esteve comigo durante toda essa fase crítica.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Psicomotricidade & Aprendizado



Continuando a linha de raciocínio do último artigo, falaremos agora sobre a educação, o desenvolvimento, organização e integralização dos movimentos.
Quando iniciamos o aprendizado em algum instrumento, com certeza não entendemos o "por quê" de alguns exercícos iniciais. Exercícios esses que muitas vezes achamos maçante e entediante. Porém, esses exercícos são fundamentais para desenvolvermos nossa técnica.
Os exercícios que aprendemos (exercícios de técnica), são chamados também de Exercícios Psicomotores.
São exercícios que ajudam a desenvolver a habilidade, fornece flexíbilidade às mãos e dedos, além de desenvolver a agilidade.
Existe uma ciência que estuda a o corpo em movimento, e a relação entre pensamento, ação, incluindo ainda a emoção. Esta ciência é chamada de Psicomotricidade.

"É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização."
(Definição encontrada em: http://www.psicomotricidade.com.br/apsicomotricidade.htm)

No último artigo, falei de um tipo de memória peculiar, que talvez você nunca ouviu antes (e confesso que eu mesmo atribuí essa qualificação). A Memória muscular que citei, tem relações diretas com a Psicomotricidade.
Aprender um instrumento musical envolve movimentos, pensamentos e emoção. E os exercícos psicomotores (exercícios de digitação, de técnica, etc), são os meios pelos quais nos permitem organizar e integrar os movimentos.
É fundamental estimular o desenvolvimento da parte psicomotora, para que de forma consciente possamos integrar os movimentos com a emoção e à expressão dos mesmos.
Isso tem tudo haver com Música! A música envolve movimentos, pois para tocarmos nossos instrumentos, precisamos dominá-los, e sua execucção se dá por meio desses movimentos, que são ligados a pensamentos e informções. É o que acontece quando tocamos o que está escrito numa partitura. Lemos as notas e transformamos essas informações em impulsos nervosos que são encaminhados para nossas mãos. Além disso acrescentamos à isso, nossa emoção e expressão. Também acontece quando estudamos exercícios de técnica, escalas, padrões sobre escalas. Estudamos para dominar esses movimentos que fazemos para extrair os sons.
Devemos lembrar que os movimentos são comandados pelo pensamento e não ao contrário. Não adianta estudar muito um exercício achando que iremos aprender por osmose. Estudar sem atenção, sem concentração e desmotivado não renderá bons resultados. Mas, se você aprende a condicionar seus pensamentos para comandar seus movimentos, estudando devagar, com atenção, motivado e concentrado, os resultados com certeza serão talvez mais que esperados!
No livro sobre contrabaixo que estou escrevendo trago muitos exercícios que ajudam a desenvolver os comandos psicomotores.
No próximo artigo, iremos tratar de exercícios de aquecimento e alongamento corporal.
São assuntos que tem tudo haver com a parte técnica, de tocar, executar, e que ajudam a melhorar seu desempenho, afinal corpo e mente devem está sempre em equilíbrio.

Até a próxima e bons estudos!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mas, e aí? Quantas horas por dia devo estudar?


Para aprender a tocar e a dominar um instrumento musical, precisa-se de muita disciplina, compromisso e dedicação. São os aspectos fundamentais para se obter êxito nesta atividade. Existe ainda três outros aspectos tão fundamentais quanto os outros citados a pouco. São eles:

a) Estudar;
b) Estudar com afinco;
c) Estudar certo.

Precisamos de disciplina, pois sem ela não iremos obter o resultado esperado. Algo que começa desorganizado, com certeza, não dará bons frutos. Precisamos organizar nossos horários, reservar um tempo para estudar e manter o conteúdo de estudos em dias, para que não nos sobrecarregarmos, pois sabemos que existem milhares de assuntos para ser estudados, e é importante dar um passo de cada vez, sem pular etapas. Por isso, disciplina é fator fundamental.

O compromisso de estudar deve ser um acordo firmado com você mesmo, com seus objetivos e com seu instrumento. Sem compromisso, é impossível realizar aquilo que você estabeleceu para si mesmo. Você deve cumprir seus horários, insistir em vencer as mais teimosas difilculdades e cumprir seu conteúdo de estudos, tanto da teoria musical, como a parte técnica.

Então, se você é disciplinado e tem compromisso, já possui meio caminho andado. Mas, disciplina e compromisso sem dedicação, é como castelos de areia, você pode até construir um belíssimo, mas vem o mar o desfaz inteiramente.

É justamente quando chegamos a este ponto, de nos dedicarmos a estudar música e um instrumento que surge a pergunta que nomeia este artigo. Mas, e aí? Quantas horas devo estudar por dia?
A alternativa a), que aparece acima e corresponde à Estudar, significa que você deve ter disciplina, compromisso e dedicação para aprender e dominar os assuntos da teoria musical e aos exercícios que você está estudando, principalmente se você iniciou recentemente seu aprendizado. Para esta fase, recomenda-se de quarenta à sessenta minutos diariamente, pois nessa fase os o aprendiz os assuntos e exercícios são mais light. Não devemos esquecer do metrônomo, que deve acompanhar sempre o músico em seus estudos. Para quem é iniciante e toca instrumentos que há necessidade de estudar notas longas como violino, viola, cello e contrabaixo acústico, recomenda-se iniciar com 40 bpm (batidas por minuto). Se você estuda guitarra, baixo elétrico, violão, piano, entre outros instrumentos de afinação temperada, dependendo dos exercícios, pode iniciar com 60 à 70 bpm.

A alterna tiva b) Estudar com afinco, significa estudar de forma consistente e concentrada. Observando todos os detalhes, como postura, entonação, sonoridade e expresssão. Nada de estudar apressado e só aumente a pulsação do metrônomo quando você sentir que existe segurança, firmeza e total controle na pulsação anterior. Estudar concentrado e devagar é o que vai garantir uma boa absorção daquilo que você está estudando, pois o cérebro tende a assimilar melhor as informações. Para os estudos de técnica, estudar devagar além de educar seus movimentos e sua forma de tocar, desenvolve sua pulsação interiror, pois não dá para tocar sempre utilizando metrônomo, ele é apenas uma ferramenta auxiliadora, e não uma muleta. Outro aspecto que vale ser ressaltado: Você já ouviu falar em memória em todos os sentidos, como, memória visual, que te possibilita reconhecer objetos, lugares e pessoas. Memória olfativa, que é aquela que permite à você identificar odores, cheiros, perfumes, etc. Memória tátil, que proporciona lembrança sobre sensações térmicas, texturas, entre outras. Memória gustativa, que faz com que você lembre de gostos, como doce, salgado, azedo, amargo, etc. Memória auditiva, que possibilita reconhecer timbres, vozes, sons, etc. 
Bom, sei que está parecendo aula de biologia, mas além dessas memórias, existe ainda uma, que os músicos desenvolvem estudando seu instrumento, e que se chama Memória muscular, que está diretamente ligado com a memória auditiva, como por exemplo, quando estamos pegando uma música de ouvido, ou mesmo com a Memória visual, quando estamos lendo uma partitura e tocando-a.
A memória muscular corresponde à informações guardadas no cérebro que nos permitem sempre lembrar de exercícos de técnica, escalas, melodias e músicas, mesmo que passamos um bom tempo sem tocá-los. É como uma habilidade automática, inconsciente, parecido com um reflexo diante de um estímulo. Porém, para desenvolver essa memória o instrumentista precisa praticar aquilo que deseja aprender, o que é lógico. É como aprender a falar uma língua estrangeira, para aprender a pronúncia, entonação, a gramática e a falar fluente, você precisa estudar para assimilar, afinal são atividades e informações novas para seu cérebro.

Finalmente a alternativa c) Estudar certo, responde a pergunta de quantas horas devemos estudar por dia. Antes de tudo, o estudo deve ser uma atividade prazerosa. É certo que estudar é uma obrigação, mas devemos fazer de conta que não é, para não nos sobrecarregarmos de pressão tanto física, quanto psicológica. É você, músico, que deve determinar o quanto deve estudar, o tempo necessário para aprender e para dominar a teoria e seu instrumento. O ideal é estudar até você dominar aquilo que deseja, mas lembre-se que nós seres humanos temos limites, e se faz muito tempo que você comoeçou a estudar e não dá em nada, faça uma pausa, descanse, beba um copo de água, e depois mais relaxado, tente novamente, seja persistente, e mais, nada de intervalos maiores que 15 minutos, porque mais que isso compromete sua disposição para voltar aos estudos. Porém, se perceber que o cansaço é considerável e você já está de saco cheio, o melhor mesmo é parar e tentar no outro dia.
Devemos observar em que horário do dia nos sentimos mais à vontade para estudar e o lugar onde você estuda também deve ser um local onde você se sinta bem, relaxado, longe de preocupações e de fatores que possam desviar sua atenção. No entanto, sabemos que nessa vida as coisas andam cada vez mais corridas, estresse, correria em tudo, e nem sempre dispomos do tempo que gostaríamos e precisamos para estudar. Agora vem uma consideração fundamental: Se você tem tempo para estudar, ótimo, aproveite ao máximo para desenvolver suas habilidades e aumentar seus conhecimentos. Mas, se você não possui muito tempo para isso, a dica é estudar concentrado e consciente. Não adianta de nada estudar de 4 à 6 horas por dia se você não se concentra, se está com a cabeça em outro lugar, se está desmotivado e se não possui resistência para isso. Desse jeito, você só estará perdendo tempo. O ideal é estudar concentrado, com atenção, estudando devagar, observando cada detalhe e o mais importante, estude respeitando seus limites, só assim você ganhará resistência para fazer estudos mais demorados.
Concluindo, não basta apenas simplesmente estudar por estudar, devemos estudar com afinco e de maneira certa. Se você é autodidata, deve se informar sobre programas de estudos, métodos de estudos e até ementas de cursos. Se você estuda em escola de música, não se contente somente com aquilo que seu professor lecionar. Não confunda isso com queimar estapas do aprendizado. Estamos falando de pesquisar, de buscar novas informações que forneçam uma base para quando chegar a epóca de ver tais assuntos, você possa estar mais inteirado sobre eles ou mesmo buscar algo que acrescentem pontos positivos aquilo que você está estudando.

Espero que essas informações sejam úteis para todos vocês!

Abraços!

Bass & Girls: Uma combinação perfeita.


Quem foi que disse que contrabaixo é coisa apenas de homem? Os tempos mudaram e as mulheres estão cada de vez mais conquistando (ou já conquistaram) seu espaço em muitas áreas que antes eram predominantemente exercidas por homens.
Na música não poderia ser diferente. Podemos citar como exemplos de mulheres, que além de lindas, são musicistas ferozes, como é o caso de Anne Sophie Mutter (violino), Vanessa Mae (violino), Tina Guo (violoncelo), Carla Bruni Sarcozy (violão). A parte mais interessante, é que também há mulheres trabalhando no meio dos Graves, e desempenhando um trabalho belíssimo como a australiana Tal Wilkenfeld, a americana Esperanza Spalding, Rhonda Smith, entre outras.
Particularente, aprecio mulheres que tocam contrabaixo, além de deixá-lo mais charmoso, elas ficam mais sexy (rs).
Hoje, já existem marcas que desenvolvem contrabaixos especialmente para mulheres, com medidas mais confortavéis às suas mãos (que em sua maioria são pequenas e delicadas), com corpos mais leves e com um acabamento mais feminino, com cores que elas gostam bastante.
Se você que está lendo este post for mulher e toca contrabaixo, meus Parabéns! Você não poderia ter feito escolha melhor. Se ainda não toca nenhum instrumento, escolha o baixo, que além de ser um instrumento lindíssimo e rico culturalmente, deixa você mais bonita do que já é! Bom, brincadeiras a parte, o contrabaixo é uma ótima opção para você que é mulher e deseja aprender um instrumento (os baixistas de plantão agradecem! rsrs)

Este artigo foi mais descontraído e espero ter agradado novamente, especialmente às mulheres!

Forte abraço!

(Dedico este post para Frescia Belmar, minha grande amiga e baixista chilena, à Manu Balata e Luana Gomes.)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Marketing Musical



Quando o meio de produção passou do Feudalismo para Capitalismo, o trabalhador passou a vender sua força de trabalho em troca de um salário. Ou seja, o profissional passou a vender sua mão-de-obra, como um produto, um artigo, passou a vender seu tempo, suas habilidades para um patrão.
Atualmente, escutamos muito falar em Marketing Pessoal, de como vender sua força de trabalho, como vender a sua imagem. Assim também é o Músico! No entanto, como músicos, além de saber vender nossa imagem, temos que saber vender nosso SOM! Mas, não confundam isso com fazer música vendável (assunto tratado no post entitulado de "Isso aí é Música?!"), estamos falando de aumentar suas oportunidades de trabalho. As dicas que explanarei no decorrer deste artigo não serve só para os baixistas, mas para todos os músicos.

1. LOOK: Cuidar do visual é muito importante, independente do estilo musical que você goste de tocar, nada de exageros, até porque nem sempre iremos tocar aquilo que gostamos, o que não quer dizer que estamos traindo nossas essências e influências musicais. Lembra daquele ditado que diz assim: a primeira impressão é a que fica? Pois é, uma boa imagem ajuda a você a se relacionar entre o meio musical e aumentar seus contatos.

2. EDUCAÇÃO: Alguns músicos tem o péssimo hábito de serem hóstis uns com os outros, de terem o ego "inflado" e acham que por terem habilidades ( e às vezes nem é lá essas coisas...) se acham superior aos outros músicos. É lamentável pessoas que agem assim, pois a Música não foi feita e não é feita para isso. Alguns músicos devem parar de pensar da seguinte maneira: "Fulano toca mais que fulano". Isso é ridículo, pois cada um possui suas qualidades, seus pontos fortes e o principal, todos nós somos diferentes e únicos! Portanto, gentileza e humildade é sempre bom "levar um pouco de casa".

3. GENEROSIDADE: Seja prestativo em ajudar aqueles que por alguma razão tem dificuldades em compreender a teoria musical, a tocar seu instrumento. Nada de ficar escondendo livros, métodos, exercícios uns dos outros. Egoísmo é doença! Isso vale também para quem é professor de música, pois sabemos que em pleno século XXI existem ainda professores que escodem informações dos seus alunos com medo de que eles os ultrapassem. Se você é professor (ou não) e age assim, você é medíocre... 

4. MATERIAIS: Leve sempre consigo bloco de anotações e caneta, para anotar informações sobre o trabalho que está realizando, como anotar os acordes de uma música, ou então passagens que você ainda não decorou (Lembre-se: ter percepção auditiva é muito bom, mas não é tudo...), entre outras coisas. Tenha também um marca-textos, para grifar na paritura trechos que você desvia a atenção, trechos que precisa se concentrar mais. Mantenha seu instrumento limpo, com cordas em bom estado (se possível, porque sabemos que um conjunto de cordas de boa qualidade é muito caro) e sempre regulado ao seu gosto, o que ajuda a melhorar sua performance.

5. SOM LIMPO: Ter um som limpo é muito importante e fundamental. Para isso, você deve se estudar, avaliar como está tocando e verificar como pode melhorar. É algo que só você pode consertar. Ouvir os outros pode ajudar muito a perceber aquilo que há de errado com seu som, no entanto, o melhor crítico é você mesmo. Experimente gravar-se enqaunto toca e depois, escute seu próprio som, além de ser um ótimo exercício, ajuda muito a corrigir esses problemas não só com o som sujo, como também entonação, pegada e expressão. Já ouviu faz na incessante procura da batida perfeita? Pois bem, procure o Timbre Perfeito, o som que poderá te identificar, sua pernonalidade sonora, o jeito de extrair sons peculiarmente seus. Se você usa instrumentos elétricos, tenha sempre consigo bons cabos, para garantir maior qualidade no som e não esqueça de sempre cuidar dos captadores e mantê-los regulados.

6. CURRÍCULO: Invista em você, em aumentar seus conhecimentos. Participe de workshops, cursos e masterclasses. Isso é muito importante, pois enriquece seu currículo.

7. NETWORK: Essa palavra de origem inglesa, pode ser traduzida e interpretada em português como "Rede de Contatos". Converse com outros músicos, faça novas amizades, pois isso aumenta suas possibilidades e oportunidades de trabalho.


Nunca tinha ouvido esse termo antes, Marketing Musical, não sei se fui o primeiro a usá-lo, mas como disse no post "Administração & Música: Como gerenciar seus estudos e sua carreira", essas áreas possuem muitos pontos em comum, e essas dicas são muito válidas para quem precisar trabalhar, principalmente aqueles que vivem somente de música.

Então, não espere por oportunidades, se aparecerem, ótimo, mas vá em busca delas também!

Pra encerrar, uma frase de Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr.:

"'Tamo' aê na atividade!"


Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito...


Ser músico é ser responsável por ser o "mestre de cerimônias" da galera. É ser o responsável por marcar os encontros mais alegres e especiais tocando as canções que todos se lembrarão. Ser músico é a honra de ter seu nome lembrado para sempre entre as pessoas com quem você conviveu, nas melhores épocas.
É despertar emoções com os acordes do violão, com a suavidade de uma melodia e com a euforia de um coro de vozes jovens.
É lembrar das tardes, regadas a muitas brincadeiras e palhaçadas, músicas e sorrisos. É rir de tudo, até daquilo que não tem graça.
Isso me faz lembrar minha turma do curso de inglês, na verdade uma família, onde cada tarde de sexta-feira era um festa! E eu pude ser aquele que marcou momentos, aulas e brincadeiras, seja tocando meu violino antes das aulas ou mesmo tocando músicas em meu violão para estudar a pronúnica... Lembro-me também das aulas de música e violino na escola municipal (outra família), onde a mistura de música e alegria davam resultados incríveis, e faziam das tardes de quinta-feira um show de sorrisos, de abraços e de muita música...bons tempos esses!
São coisas como essas que só quem é músico sabe a mágica de ser o "tocador" da turma e não há nada que pague esses momentos incríveis, divididos com amigos de verdade! Ser músico é ser o mensageiro das boas novas, da alegria, da diversão, do encanto e da emoção.
Os tempos não voltam mais, mas como disse William Shakespeare, em O Menestrel :

"[...]Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.[...]"

Já Milton Nascimento, cantor e compositor, expressou em uma letra e música belíssimas, o valor de ter amigos, e traduziu muito bem tudo isso na mágica da sua música Canção da América:

"Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar."


Dedico este post para meus amigos(as), Taisa Maia, Isabela Salgado, Hellen, Profa. Márcia, Profa. Denise Anton, Marlise Milhomem, Ana Marília, Raissa Gomes e ao meu grande amigo João Victor Gadelha, que se mudou recentemente para a Paraíba, para seguir a carreira que escolheu.

Paz!


Administração & Música: Como gerenciar seus estudos e sua carreira.



Se você olhou meu perfil com certeza deve ter se perguntado: "o que Administração tem haver com Música?!". Como alguém que estuda Música em duas Escolas, cursa faculdade de Administração?

Retomando nossa última conversa, quem não possui ajuda de patrocínios, endorsement de instrumentos e acessórios, ou mesmo não possui nenhum incentivo a desenvolver esta carreira precisa ter mais outra (ou outras) opções de empregabilidade. No meu caso, me dediquei a aprender a falar inglês fluentemente e escolhi o curso de administração para me dedicar tambAém.

Logo que comecei o curso, também não encontrava relações entre Música e Administração, ou vice-versa. Mas, com o passar dos períodos comecei a encontrar pontos de intersecção entre as duas profissões, tanto é que um dos projetos que desenvolvi para apresentar na conclusão do curso de Administração é relacionado com a Música. =)

Então, vamos agora observar os aspectos relevantes da Administração para a Música.


A Administração possui 4 funções, que irei descrevê-las a seguir de forma objetiva:


   1. PLANEJAR: Define metas, objetivos, além de definir que recursos serão usados para alcançar essas metas e esses objetivos. Estabelece um elo com o futuro da organização (empresa), representa todas as ações que devem ser determinadas e desenvolvidas no presente para alcançarmos os resultados no futuro.

Convertendo o conceito desta função administrativa para o músico, essa função representa o questionamento que o profissional da música deve ter em relação à sua carreira e o desenvolvimento da sua profissão, como: Que tipo de músico eu quero ser?, Concertista?, Solista?, Professor?, Autor de Métodos?, e uma série de áreas que a música possibilita em seu exercício. 
  
 2. ORGANIZAR: Determina quais recursos serão utilizados para alcançar tudo aquilo que foi definido no Planejamento. Determina quais serão os métodos de trabalho e divide os recursos para tal. 
Para o músico, essa função se traduz naquilo que ele precisará materialmente para estudar, tocar e apresentar, ou seja, vai desde equipamentos, instrumentos, acessórios, livros, métodos, cursos até mesmo ao estilo do seu visual, seu Look. Ainda se traduz no seu método de estudo: Quantas horas preciso estudar para vencer estas dificuldades? Quantas horas preciso me dedicar para aprender tal assunto de forma efetiva? Quanto tempo tenho que dispor para desenvolver minhas habilidades? Como devo dividir meu tempo? Esses são questionamentos essenciais para o músico profissional.

3. LIDERAR: Significa trabalhar com pessoas, fazer uso da sua imagem para motivar os outros a trabalharem por um objetivo comum. Significa também identificar oportunidades, ser ágil, flexível, saber lidar com os conflitos, ser inovador, saber recoonhecer o potêncial e habilidades dos outros e reconhecer seus méritos.

O verbo Liderar  possui como radical o verbo em inglês (to) Lead, que significar liderar, guiar e/ou orientar. Transpondo essa função da administração para a Música, esta habilidade é bem típica dos Baixistas (não querendo "puxar a sardinha" para o nosso lado, imagina...). Bons exemplos disso, são baxistas líderes de muitas bandas (que às vezes nem aparecem como tal, mas são eles que estabelecem as atividades do grupo), Sendo assim podemos citar Mark Hoppus (Blink-182) responsável pela divulgação, artes gráficas, além de ser um dos principais letristas da banda. Outro gigante é (ou foi) John Deacon, baixista da banda Inglesa Queen, que era o engenheiro de som da banda, contador, além de ser autor de hits e canções belíssimas como Another one bites the dust, One year of love, Friends will be friends, Spread your wings, you're my best friend, entre outras. Steve Harris (Iron Maiden) é outra Líder do nosso meio, é um dos fundadores de uma das mais famosas bandas de Heavy Metal, é também um dos principais compositores da banda e é sem dúvidas um grande baixista, conhecido por sua velocidade e sua técnica magna, a Cavalgada. Flea (Michael Balzary), baxista dos Red Hot chili Peppers, é uma das referências da banda de Funk Metal, não sei quais são suas outras atribuições na banda além de baxista e membro fundador, mas é tido como o "mascote" e a figura mais engraçada do grupo. John Patitucci, baixista e jazzista, conhecido por sua técnica e grande habilidade no contrabaixo acústico e elétrico, que influencia muitos baixistas em todo o mundo. Celso Pixinga, grande baixista brasileiro, dono de uma habilidade incrível no baixo elétrico, principalmente quando emprega sua técnica mortal de slap, entre outros.

4. CONTROLAR: É a função que assegura a realização dos objetivos integralizados no planejamento, identifica e corrige ameaças que comprometam a realização dos mesmos.

Para nós músicos, podemos entender isso como compromisso, auto-crítica, dedicação e esforços. É o que devemos sempre ter para assegurar um bom desempenho na nossa profissão. É algo que sempre deve ser atualizado, revisado. Será que está tudo acontecendo como o planejado? Por quê meus estudos não estão dando o resultado esperado? Onde está o erro? Como corrigir? Significa além disso, ter ampla visibilidade sobre todo o processo.

Finalizando o nosso "papo cerebral", espero que essas funções administrativas sejam úteis para quem anda meio enrolado na hora de se programar sobre suas atividades musicais. Ainda existem muitas outras intesecções entre Adminitração e Música, a princípio pode parecer esquisito, mas os profissionais dessas duas profissões tem muito mais algo em comum do que parece! (Eu que o diga... )
Como dizia Gilberto Gil: 

"Aquele abraço!"

 

 

 



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ser Músico... Uma profissão ingrata! [em alguns aspectos]




Você deve está estranhando o título desse artigo, mas calma, calma, vou explicar esses "tais" aspectos ingratos da profissão de ser Músico. Gosto de começar os textos com uma situação, que possamos imaginar. Pois bem, preste atenção nas seguintes situações:

  1. " Você sente um mal-estar no meio da noite. Ao amanhecer comenta com um vizinho o ocorrido. Então ele lhe entrega um cartão de um médico que ele diz ser ótimo, bem conceituado, capaz de levantar até defunto! Você, todo animado, marca logo uma consulta. Ao chegar no consultório, você se depara com um garotinho de 12 anos (!) e que diz assim: 'Olá, tudo bem? O que o senhor andou sentindo?"
  2. "Você pagou as contas de energia em dia, tem todos os comprovantes. Então, em um belo dia, um funcionário da companhia elétrica chega em sua porta e pergunta sobre uma conta de 6 meses atrás , e diz que esta conta está em débito, e que se você não tiver o comprovante em mão irá cortar a energia de sua casa!. Você diz que está paga, que possui o comprovante em mãos, mas não encontra por que sua esposa mudou as coisas de lugar e por coincidência ela não está em casa. Enfim, cortam sua energia!!! Você com a ajuda da patroa, encontra o comprovante perdido, e decide processar a companhia. Então, seu amigo do trabalho lhe indica um fantástico advogado e você marca com ele uma reunião em sua casa. Quando você abre a porta a surpresa: o advogado é um adolescente de 16 anos. (!)"
Você está se perguntando o que estas situações tem haver com a profissão de músico, e mais, é muito estranho que os profissionais que aparecem nas histórias tenham pouca idade, como um médico de 12 anos ou então, um advogado adolescente de 16 anos. Loucura né?
A verdade é que não existe em nenhum lugar do mundo um médico de 12 anos, muito menos um advogado de 16!!! Isso é lógico e não tem cabimento! Porém, existem músicos bons, virtuosos, que podem te colocar "no bolso" que tem 10, 13, 15, 16 anos! Esse é um dos aspectos "ingratos" da música.
Se você cursou uma faculdade de administração, medicina, direito, ou outra qualquer, para todos os efeitos, por mais que não exerça a profissão, e para o resto de sua vida, você será graduado naquilo. Já o músico deixa de ser músico em sua essência a partir do momento em que deixa de estudar, estudar a teoria, solfejo, ritmo e seu próprio instrumento, mesmo sendo formado, pois o músico perde técnica, habilidade, reflexo, percepção, e isso são aspectos fundamentais para o exercício de sua profissão e é algo que não se adquire facilmente. Gosto de dizer que a Música é uma profissão VERTICAL, pois é construída dia após dia, parecida com uma escada, onde subimos degrau por degrau, onde se vence uma dificuldade de cada vez, por isso ela é diferente de profissões HORIZONTAIS, onde basta retomar suas atividades habituais e você recupera tudo aquilo que estudou.
Bom, coloquei a palavra "Ingrata" em relação a música para descontrair, para deixar o texto mais engraçado, mais divertido, para chamar atenção e queria ressaltar que a Música não tem nada de ingrata, pelo contrário, o prazer de fazê-la é algo que não tem preço. No entanto, existe sim um aspecto ingrato, não na música, mas em relação à ela, e essa ingratidão se realiza no reconhecimento que muitos músicos não recebem nesse país.
Estou falando de pessoas que suam muito diariamente para sobreviver, tocando em bares, as vezes até por comida mesmo, ou então, um grande instrumentista, mas que não possui sequer um bom instrumento para trabalhar!!! Isso é revoltante!!! No exterior, podemos encontrar instrumentos bons, novos e usados, de marcas consagradas por preços bons (equivalente à R$ ainda por cima!). Aqui no Brasil, os instrumentos já chegam com um preço absurdo, com tantos e mais tantos impostos embutidos!!! Sem contar, que em outros países como Suiça, Estados Unidos, China, Rússia, Alemanha, entre outros, o acesso ao ensino da Música (de ótima qualidade, diga-se de passagem) é bem amplo, bem fácil, com muitas opções, ou seja, o governo investe na cultura, investe na arte, na Música!!!
A Música não possui nada de ingrata, é justa, você só será um bom músico se dedicar-se à ela. Ingratidão é o que recebemos dos governantes, que não investem, que não apreciam, e que não acreditam no poder transformador da Música!!! Ainda bem que existem pessoas, ONG's e entidades que acreditam neste horizonte, que enxergam a Música como um diminuidor do risco social, capaz de mudar vidas, realizar sonhos, que enxergam nela um MILAGRE!

Por isso, meus camaradas, Votem em mim!!!.... brincadeirinhaaa (rs)

Um forte abraço a todos!!!

"Isso aí é Música?!"


Olá! No nosso último bate-papo conversamos sobre as definições e conceitos de Música. Observamos célebres definições e falamos a respeito dessa arte tão enriquecedora.
Hoje, vamos falar sobre algo que tenho certeza que você já ouviu por aí. Para começar vamos imaginar a seguinte situação:

"Fulano é um típico "pagodeiro", e como tal gosta muito de pagode, se identifica com as letras e esse estilo musical o impulsina a reagir da maneira mais óbvia de quem gosta pagode, ou seja, dançando. Enquanto isso, seu amigo, o Beltrano, é vidrado em rock n' roll, gosta das bandas mais conhecidas e não dispensa um bom show, onde diante de toda a atmosfera que este estilo lhe prorporciona, reage como típico roqueiro, grita muito, balança a cabeça, pula pra todo lado. Enfim, como todo tipo de amigos, Fulano e Beltrano divergem em um ponto de opiniões: Um julga que o estilo musical que o outro gosta NÃO é música."

Essa é uma típica discussão que você já teve, ou mesmo se não teve já observou alguém tendo, pois tenho certeza que ao menos você já deve ter escutado: "Isso aí não é música!!! Isso é um lixo, uma %as4$a,>§".
Pois bem, falamos no artigo anterior que música é arte de nos expressarmos por meio da combinação dos sons e ritmos. Sendo assim, quem ouve aquilo que tocamos ou cantamos, pode se identificar ou não, gostar ou não, sentir a mesma emoção ou não. À isso eu chamo de um ponto de contato entre aquilo que apreciamos e sentimos com a expressão do compositor ou mesmo intérprete. Chamo isso, de Identidade Musical, que é aquilo que nos permite definir o nosso gosto musical, nossas preferências e afinidades musicais.
Quando escutamos uma música que nos agrada, que mexe com nosso emocional, que nos recorda algo, que nos arrepia, estamos reagindo a esse esímulo, e de certa forma entendemos a emoção passada por ela, ou seja, nos identifcamos com a música, com o compositor, com o intérprete.
Portanto, devemos ter cuidado ao falar expressões como aquelas citadas anteriormente do tipo : "Isso não é música!". Para você certas certos estilos musicais podem não te despertar sensações, emoções, mas talvez para outros possa ser completamente diferente, e não podemos confundir isso com QUALIDADE MUSICAL, visto de um ponto onde a música se torna banal, xula, onde utiliza pobreza em letras, distorce a mensagem de seu compositor, ou mesmo o tipo de música feita para vender, que usam de apelativos para obter destaque, como é o caso do que hoje conhecemos como "forró", e que há muito tempo deixou de ser FORRÓ, pois deturpou suas raízes, suas células rítmicas, e vem encorporando letras e palavriados absurdos (e que agradam muito à massa), além de apresentar variações em seu estilo como "forró elétrico". E a "nova onda do momento", o tal de "rebolation"?! Não estamos tratando de estilos musicais, até porquê sabemos que existem compositores e intérpretes dentro de seus estilos que desempenham muito bem suas funções, compondo e interpretando de maneira divinal, estamos falando de qualidade...
Agora pergunto, deixou de ser música?! A resposta é não, porém a qualidade de sua estrutura, tanto lírica quanto harmônica muita das vezes ficam totalmente comprometidas (mas pra quem gosta, tanto faz).
Concluindo, é importante que os estudiosos da música e apreciadores discutam sobre isso, esclarecem e levem a música ao conhecimento de todos. O homem não vive sem música, não vive sem comunicação, não vive sem expressar-se. A música é um "bem" valioso que a humanidade possui e esta é que nem o Sol, está para todos.

Como já dizia Rogério Flausino, ilustre vocalista do Jota Quest: 


"Vamo que vamo, que o som não pode parar!!!"

Paz interior à todos!!!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O que é Música?!



Falar deste assunto me faz lembrar minha primeira aula de música teórica na Escola Municipal, quando tinha iniciado meus estudos de violino e música clássica... Lembro-me de cada palavra (decoradas) do meu professor falando, e ele dizia assim:

" Música é a arte de expressar por meio dos sons os mais diversos afetos da nossa alma, como amor, ódio, paixão, alegria, dor, raiva e etc".

Guardo com muito carinho esta definição, mas não me contentei com ela e fui em busca de outras definições.
Segundo Bohumil Med, e por aquilo que internalizei sobre o assunto, Música é a arte de combinar os sons de maneira agradável ao ouvido, obedecendo a divisão proporcional dos valores, permitindo-nos expressar nossos sentimentos e emoções.
Ainda podemos dizer que música é a combinação de som e silêncio, ou também nos encantar com uma visão mais sentimental e divina segundo Beethoven, que dizia que "Música é a inspiração das coisas divinas", ou ainda nos apaixonarmos pela definição romântica de Mozart, que disse "Para fazer uma obra de arte não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor."Ainda podemos comtemplar uma definição peculiar de Stravinsky, que dizia: 

"Considero a música, pela sua essência, impotente para exprimir o que quer que seja: um sentimento, uma atitude, um estado psicológico, um fenómeno da natureza, etc. A expressão não foi nunca a propriedade imanente da música. A razão de ser desta não é de forma alguma condicionada por aquela. Se, como é quase sempre o caso, a música parece exprimir qualquer coisa, trata-se apenas de uma ilusão e não de uma realidade. É simplesmente um elemento adicional que, por uma convenção tácita e inveterada, lhe atribuímos, imposto como uma etiqueta, um protocolo, enfim, uma aparência, e que, por hábito ou inconsciência, chegamos a confundir com a sua essência.A música é o único domínio em que o homem realiza o presente. Por imperfeição da sua natureza, o ser humano está destinado a sofrer o ser do tempo - das suas categorias de passado e de futuro - sem nunca poder tornar real, logo estável, a do presente. "
(trecho encontrado em http://filosofiadaarte.no.sapo.pt/stravinsky2.html)

Contudo fica registrado em minha memória e no meu coração a definição de música de alguém que não é músico, que sequer sabe uma nota musical, mas que sempre me deu e continua me dando todo o apoio necessário para minha formação pessoal, acadêmica e musical. Citarei agora a definição que meu velho avô me disse sobre música, logo que ganhei dele meu primeiro violino, e que aprendi a tocar "asa branca", então ele me disse assim: "Música é a escada entre o céu e a terra". Então, a Música é um emaranhado de mágica, uma fusão de abstração com realidade, onde nada é impossível. A  Música é a prova real de que quando somamos esforços, estudo e dedicação, e acima de tudo acreditamos, nada é impossível, e temos exemplos disso, como Jaco Pastorius, Nicolo Paganini, Mozart, Beethoven, e por quê não Eu, você?!
A música é a arte que nos ensina isso, e diferente do que diziam antigamente (e ainda dizem), não é uma profissão de vagabundos, pois para ser um músico com dignidade é necessário muito suor, muito estudo, pesquisas, trabalho e horas e horas de dedicação. Hoje, posso dizer que respiro música... A música é a essência da vida...

Abraço forte!!!

(Dedico este artigo ao saudoso Professor Thomaz de Aquino, ao professor André Roberto, ao mestre de Violinos Giovanni Pacheco, e ao meu querido amigo e avô Clodomir Reis)


Termos em Inglês - DES-enrolando nomenclaturas Parte - 3


Nossa, já falamos tanto sobre os termos relacionados ao contrabaixo, e acreditem ainda tem mais! Existem muitos termos relacionados ao nosso instrumento, às técnicas, mas vamos aos poucos tentar descrevê-los aqui.
Como já vimos as nomenclaturas que podemos encontrar para designar o contrabaixo na nossa língua, vamos agora ver as nomenclaturas correspondentes no idioma inglês.
Confesso que esta fase do trabalho é mais fácil, visto que já vimos e entendemos as outras definições em nossa língua portuguesa.
É importante conhecer esses termos, pois nos abrem um leque maior de interpretações sobre o que lemos em livros, escritos tanto em nossa língua, quanto em métodos escritos em inglês.
Abaixo podemos observar as seguintes denominações em inglês referentes ao contrabaixo e também ao baixista:
  • Contrabaixo Acústico: em inglês podemos encontrar os seguintes vocábulos para designar este tipo de baixo, como String Bass, Contrabass.
  • Contrabaixo Elétrico: para este tipo de baixo, encontramos os seguintes termos, como: Bass guitar, Electric Bass, ou simplesmente, Bass.
  • Baixolão: Podemos encontrar os termos Accoustic Bass Guitar ou Accoustic Bass.
  • Baixo Vertical: é conhecido na lingua inglesa como Upright Bass.
Da mesma forma, encontramos definições em inglês para o instrumentista que se dedica a estudar e tocar contrabaixo. Vejamos:
  • Contrabaixista (baixo acústico): em inglês podemos encontrar como Contrabassist, String Bassist ou String Bass Player.
  • Contrabaixista (baixo elétrico):  Electric Bass Player, Bass Guitar Player, Bass Player, Bassist. Para instrumentistas que usam também o baixo vertical e o fretless, pode ser usado também apenas o termo Bass Player.
Finalizamos então nossa conversa sobre nomes, definições, nomenclaturas e denominações que recebe o nosso instrumento e que recebem aqueles que tocam e estudam também. É um assunto que poucos estudiosos do contrabaixo se dedicam a falar e a esclarecer, pois surgem muitas dúvidas, polêmicas e discussões, que às vezes são infundadas (digo isso porque já escutei cada absurdo à respeito, que se não fosse baixista teria uma noção distorcida sobre o assunto). Assim, acabamos com aquelas incertezas do tipo : "É baixo ou contrabaixo?", "Baixista ou contrabaixista?" , e imaginem isso em outra língua como o inglês???
Enfim, já ia me esquecendo de citar mais duas nomenclaturas, que por sua vez são em português mesmo:
  • Baixomaníaco: Indíviduo que desenvolveu mania compulsiva de estudar, conhecer, pesquisar e fazer algo que enalteça e contribua para o repertório, vocábulário e história do instrumento.
  • Baixólatra: Aquele que é totalmente dependente, viciado, "capela"(como dizem aqui em São Luís), e que é tudo aquilo descrito acima. É um estado agudo e irreparável de alguém que mergulhou profundamente na mágica e na beleza desse fantástico instrumento, alguém como eu. (rs)
Brincadeiras à parte, espero ter agradado em mais este artigo!

Pau na máquina e até breve!!!

Baixo Fretless?! Baixo Vertical?! - DES-enrolando nomenclaturas Parte - 2



Continuando nosso bate-papo sobre as nomenclaturas que o contrabaixo pode receber, vamos hoje falar do Baixo Fretless e sobre o Baixo Vertical.
Bom, o contrabaixo Fretless é o contrabaixo que não possui trastes (aquelas faixas de metal que determinam os espaços na escala que chamamos de "casa"). Em inglês Fret significa traste, e o sufixo Less significa menos, sem. Este tipo de configuração pode ser encontrada em baixos elétricos e baixolões de 4, 5 e 6 cordas. Existem também modelos experimentais que podem exibir essa configuração.
Já o Baixo Vertical se configura como sendo um instrumento híbrido, pois conserva os moldes do braço e da escala do baixo acústico, sendo que naum possui na maioria das vezes corpo. Assim, a amplificação do som das cordas se dar por meio de captadores (acessório que caracteriza o baixo elétrico), os mais comuns são os de contato, chamado piezzos.
Baixos como o fretless e o vertical, adotam essa configuração para ter sua sonoridade assemelhada com a do baixo acústico, ou seja, para ser possível extrair um som com menos brilho, mais "aveludado", mais discreto e emotivo. Tanto o baixo fretless, quanto o baixo vertical, podem ainda utilizar marcações na escala chamadas Fretlines, ou em bom português, linhas dos trastes, que nada mais é do que uma marcação em forma de traste que indica a instrumentista onde se encontram as notas. Essas linhas podem ser na mesma cor da escala ou geralmente brancas. è importante salientar que para conseguirmos notas afinadas, precisamos colocar os dedos em cima dessas faixas, so assim as notas sairão afinadas.
Voltando a falar de baixo acústico, não é comum usarmos a seguinte expressão "Contrabaixo acústico fretless", pois já está subentendido que esse tipo de contrabaixo não possui trastes, pois como é da família do violino já deixa claro que é um instrumento de afinação temperada. Outra coisa a ser mencionada, os contrabaixos acústicos não utilizam fretlines, pois são instrumentos que utlizam técnicas apuradas e tradicionais, e portanto, o uso deste recurso desvalorizaria a técnica, sendo que este instrumento é muito usado na música clássica e no Jazz.
Vamos revisar o que foi explanado acima:
  • Baixo Fretless: Baixo elétrico ou baixolão, que utiliza escala sem trastes, ficando assim com afinação não temperada (quando não se usa fretlines) e temperada (quando é usado fretlines)
  • Baixo Vertical: Baixo híbrido, sendo a junção de parte da estrutura do baixo acústico com a amplificação elétrica dos sinais sonoros, usada no baixo elétrico. Este tipo de baixo pode usar ou não fretlines.
Enfim, já dá pra perceber que o contrabaixo é um instrumento riquíssimo em muitos aspectos, desde sua história até seu uso e aplicação na música.
Espero que tenham gostado!!!

Abraço a todos e quebrem tudo!!!

" É Baixo ou Contrabaixo ?!" - DES-enrolando nomenclaturas Parte - 1

Muitas pessoas, que não possuem noções de música, ou até mesmo aquelas que entedem do assunto, costumam confundir a nomenclatura do nosso querido instrumento. Uns chamam de Contrabaixo, outros usam somente Baixo, e ainda tem quem use termos como Rabecão (!), e no final, tudo fica tão enrolado que não sabemos "quem é quem"...
Bom, Contrabaixo e Baixo, são nomes usados para designar o mesmo instrumento, simples não? A confusão ocorre devido à extensa variação que o contrabaixo possui, tanto em número de cordas, como em estrutura física. Ficou enrolado de novo né? Calma, é só uma questão de referenciais.
O vocábulo "Contrabaixo" é mais comum para fazer referência ao grande "Contrabaixo Acústico", que faz parte da família do violino, que possui 4 ou 5 cordas, e que pode ser tocado com arco ou pizzicato. No entanto, não é proibido usar o termo "Contrabaixo" para designar outras variações do instrumento. Sendo assim, quando queremos nos referir a este tipo de baixo, acrescentamos sua qualificação, ou seja, Contrabaixo Acústico (ou também simplesmente Baixo Acústico). Assim, fica mais claro que estamos nos referindo ao contrabaixo da família do violino, usado em orquestras e em Big Bands de Jazz (Obs: É comum encontrarmos para este tipo de instrumento a nomenclatura errônea de Rabecão, que faz referência a rabeca, instrumento parecido com o violino).
Podemos também usar o mesmo termo, para nos referirmos ao Contrabaixo Elético (ou Eletrônico), ou simplesmente Baixo Elétrico, que é um instrumento da familía da guitarra, de corpo sólido, que começou a se tornar popular e a substituir o uso do Contrabaixo Acústico nas bandas e grupos musicais a partir da década de 1950.
Com o passar dos tempos, surgiram modelos de contrabaixos elétricos com mais de 4 cordas. Uns com 5, com 6, chegando a existir modelos com 12 (exageradas) cordas. Porém, o mais comum (e normal) é vermos baixos elétricos com 4, 5 ou 6 cordas.
Um fato curioso e interessante (e que também causa confusões de nomenclatura) é o de que o contrabaixo elétrico ter surgido primeiro que sua variação acústica: o Baixolão. Exemplo, a guitarra elétrica é a eletrificação do violão, ou seja, o violão passou por um processo chamado eletrificação, o que resultou na guitarra elétrica. Já com o contrabaixo elétrico foi ao contrário: primeiro surgiu o baixo elétrico, e anos mais tarde surgiu sua variação acústica, que é chamada de Baixolão, ou ainda Violão Baixo, Violaxo ou Viola Baixo. Agora, você deve está se perguntando: " E o contrabaixo acústico?! Não é ele a variação acústica do Baixo Elétrico?!". Embora possuam nomes iguais e afinações iguais, esses instrumentos são diferentes em aspectos de Técnicas de execução e estrutura física. Podemos dizer que SIM para a pergunta acima, partindo do referecial que considera a mesma afinação e a possibilidade de tocarmos os mesmo repertórios em ambos os instrumentos, como também a resposta pode ser NÃO, visto que estamos nos referindo ao contrabaixo elétrico, que pertence a familia da guitarra, sendo o Baixolão, sua versão acústica, e que por sua vez pertence a familia do violão. Entendeu?! É, se ficou confuso, vamos fazer um "review" de tudo que falamos até agora:
  • Contrabaixo Acústico: Baixo da família do Violino, que pode ter 4 ou 5 cordas. Instrumento de afinação não temperada (não possui trastes), que é tocado com arco ou pizzicato.
  • Contrabaixo Elétrico: Baixo da famíla da guitarra, que pode ter versões mais comuns com 4, 5 e 6 cordas. Instrumento de afinação temperada ( com trastes sobre a escala) ou não tempereda (sem trates, conhecidos como Fretless). É tocado utilizando diversas técnicas e também com uso de efeitos eletrônicos.
  • Baixolão: Baixo da família do violão, que pode ter 4, 5 e até 6 cordas também. Pode ter afinação temperada ou não, assim como o baixo elétrico, e também pode-se aplicar sobre sua execução diversas técnicas.
No próximo artigo, iremos conversar sobre o Baixo Fretless e o Baixo Vertical.

Você deve está achando uma loucura tudo isso, não é mesmo?! Um mesmo instrumento, com tantas variações, e que por mais que tenham diferenças entre si, como o Baixo acústico e o elétrico, ou tenham número diferentes de cordas, são ligados com uma magia, um encanto, e que com estudo e dedicação, nos possibilitam expressar nossa música e sentimentos por meio de suas "nuances", afinal todos são baixos, contrabaixos, são graves, são únicos, e o principal, possuem a mesma alma.

Abraço a todos e até a próxima!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Um universo chamado Música... Um Planeta chamado Contrabaixo!!!


Se você não toca um instrumento musical, com certeza já reparou em algo parecido com uma guitarra, que possui (às vezes) um número menor de cordas e cujo som é parecido com um "tom-tom-pom-pom". Também já deve ter notado em filmes onde acontecem bailes um certo cara em pé tocando um "violoncelo gigante" e que difilcimente você pode escutar, seja bem vindo ao Blog Fala Baixo! Bom, se você toca um instrumento musical, e se em especial for Baixista, sabe muito bem do que estou falando, e seja bem vindo também!
Portanto, para você que sabe e para você que não sabe sobre um "universo chamado" Música, encontrará aqui artigos direcionados ao "Universo da Música" visto de um referencial chamado Contrabaixo!!!