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quarta-feira, 13 de abril de 2011

♫ ESPECIAL 4: Entrevista com Bruno Migotto ♫



Fala Baixo! Galera!
Dando continuidade à nossa série de entrevistas que está em todas as paradas de sucesso rs, venho apresentar à vocês mais um músico muito bom. Ele é Bruno Migotto.
Conheci o Bruno no facebook, e após ler o blog (e segundo ele, gostou bastante hehe), decidi entrevistá-lo, pois merece está fazendo parte da comunidade dos baixistas que visitam e colaboram com o blog.
Bruno Migotto  é um músico consciente do seu papel  enquanto baixista e profissional, expressa com objetividade e clareza suas idéias e possui uma carreia musical sólida e bem calcada.
Foi uma honra entrevistá-lo e desde já agradeço enormemente a participação dele por aqui!
Obrigado pelo contato, pela educação e por sua presença  enriquecer nosso espaço! Valeu Bruno!!
Abaixo, acompanhe a entrevista com esse baixista fenomenal!

Legendas: RR (Roberto Reis) BM (Bruno Migotto)

RR: Qual o seu nome completo?

BM: Me chamo Bruno Rohwedder Migotto.
 
RR: Como começou na música?
BM: Eu sempre gostei de música e tive vontade de tocar, mas com 11 anos de idade ganhei meu primeiro baixo elétrico. E aí comecei a aprender teoria musical e tirar músicas de ouvido.

RR: Por que escolheu ser baxista?

BM: Na verdade, antes de ganhar meu primeiro baixo elétrico, eu queria ser baterista, mas morava em apartamento e não ia dar certo, ai minha mãe mandou eu escolher outro instrumento, e eu só sabia de uma coisa: Guitarrista eu não iria ser... então sobrou o baixo, como eu só ouvia rock n roll, só teria essas opções.


RR: Quais foram seus mestres no contrabaixo?
 
BM: Considero como meu unico professor de baixo até hoje o Gilberto de Syllos. Tive aulas com ele quando tinha uns 15 anos de idade e com ele foi que comecei a ouvir jazz e música brasileira. E aí tive meus mestres dos discos que comecei a ouvir. Dos baixistas eu cito Paul Chambers, Niels Pedersen, Ray Brown, Luizão Maia, Sizão Machado, Ron Carter, Dave Holland, Christian McBride, Avishai Cohen.

RR: Você toca baixo acústico e elétrico. Qual dos dois começou a estudar primeiro?
 
BM: Comecei a estudar o baixo acústico depois, com uns 19 anos.
 
RR: Quais são seus trabalhos atualmente?


BM: Tenho meu primeiro disco lançano em junho de 2010, chamado "In Set", gravei 7 composições e arranjos meus, com 6 amigos e músicos maravilhosos, que foram: Michel Leme, Alex Buck, Cássio Ferreira, Josué dos Santos, Daniel D'Alcântara e Jorginho Neto. Toco também com o guitarrista Djalma Lima, participo do disco "Djalma Lima Quinteto". Também participo do disco 5(quinto) de Michel Leme, com quem toco em diversas situações e formações. Sou baixista da Soundscape Big Band há 4 anos, e acabamos de gravar um novo disco que deve sair muito em breve, com novos arranjos e uma sonoridade bem diferente dos discos anteriores. Tenho um trio com o pianista Edson Sant'Anna e o baterista Alex Buck, onde tocamos temas nossos, alguns samba-jazz e coisas variadas, gravaremos o primeiro disco do trio no primeiro semestre de 2011. E recentemente gravei o disco "Ave Rara" da cantora Silvia Maria, os shows de lançamento acontecerão em breve, também no primeiro semestre de 2011. Toco também com Victor Biglione, Marco Lobo
 
RR: Num cenário tão  agitado, que é  a música, qual seria o grande diferencial de um baixista no meio profissional?
 
BM: Vou dizer para o caso de um baixista de jazz e música improvisada em geral (não vou dizer música instrumental, porque também tocamos com cantores em diversas situações) e que toque baixo elétrico e acústico. Acho muito importante se aprofundar na linguagem, e não existe jeito melhor para isso do que ouvindo os discos. Sempre se preocupando em tocar com suingue, ter um bom "time", com um bom som de baixo, afinado (no caso do baixo acústico), acho importante estudar com arco, estudar erudito, ajuda muito na parte técnica do instrumento. Ter repertório é muito importante, conhecer muitos "standards", ter uma boa leitura. Acredito que esses sejam pontos importantes para um baixista poder trabalhar em boas situações e o mais importante, fazer arte com tudo isso. Pois acredito que não nos tornamos músicos só pra poder ganhar uns cachês e sobreviver da música. Fazer arte é o foco pra mim, poder me expressar através da música.
 
RR: Qual disco/gravação mais influenciou você?
 
BM: Acho dificil dizer apenas um disco que me influenciou, pois passamos por várias fases e cada uma delas tem discos importantes.
 
RR: Diga um disco/gravação que você curte,mas tem aquela "vergonha" de admitir?
 
BM: Cara, eu gosto de muita coisa diferente, ja toquei de tudo e acho que tudo me influenciou de alguma forma, e tenho um carinho por alguns desses discos até hoje. Não sei citar um disco pra falar a verdade, mas posso te dizer que de Paulinho da Viola até Pantera, ouço muitas coisas diferentes.

RR: No contrabaixo elétrico, que técnicas você mais usa? (slap, tapping, two hands, double thumb, dead notes, pizzicato 3 dedos, etc.)

BM:  Já estudei algumas dessas técnicas no baixo elétrico, acho que tem músicos que conseguem usa-las de forma bem musical. Mas acho que todos que estudam esses tipos de recurso, deveriam se preocupar somente em ser musical, e não em ser mais rapido ou em impressionar com suas malabarices. Estamos falando de música, então acho que devemos fazer as coisas a serviço dela.
 
RR: Quais são seus principais trabalhos realizados?
 
BM: Tive o privilégio de conhecer músicos e pessoas maravilhosas até hoje, que acreditaram e investiram em mim. E o primeiro deles foi o baterista Bob Wyatt. Tive aulas de práticas de bandas com o Bob quando eu tinha 17 anos e ele sempre me ensinou muito sobre jazz, pra mim foi maravilhoso pois acho que ninguém poderia falar melhor do assunto do que ele. E com 20 anos entrei para o quarteto do Bob, ao lado de Djalma Lima e Edson Sant'Anna. Foi meu primeiro trabalho tocando baixo acústico, e depois desse as portas começaram a se abrir e comecei a trabalhar e tocar com músicos maravilhosos. E hoje tenho a oportunidade e o imenso prazer de tocar com músicos que foram e são minhas influências como: Vitor Alcântara, Edu Ribeiro, Fernando Corrêa, Michel Leme, Djalma Lima, Bob Wyatt, Cuca Teixeira, Wilson Teixeira, Arismar do Espírito Santo, Alex Buck, Sandro Haick, Daniel D'Alcântara, Edson Sant'Anna e muitos outros.

RR: No  baixo acústico, qual é a técnica que você emprega no uso do arco? (Alemã, Francesa ou Italiana)
 
BM: Uso o arco alemão. Mas uso mais em casa estudando, raramente me arrisco a levar o arco numa gig, a não ser que realmente tenha arranjos que usem o arco. Mas o pouco que ja estudei até hoje de arco, me ajudou muito pra tocar a música popular mesmo, recomendo a todos os baixistas acústicos estudar de arco, mesmo que não tenha pretenção em tocar erudito.
 
RR: Qual seria seu conselho de ouro para os baxistas?
 
BM: Sempre dei aulas também, sou professor do conservatório Souza Lima a 4 anos, dou aulas particulares e também em festivais. E realmente, o problema que mais vejo em um baixista que está interessado em tocar jazz e improvisar, é a linguagem. Tanto para acompanhar quanto para solar.
O baixo acústico é um instrumento que tem sua linguagem, e antes de mais nada, é esse instrumento que devemos mais ouvir e nos preocupar em soar parecido. Não adianta só aprender umas fórmulinhas pra fazer um walking bass, ou aprender um ostinato ritmico de samba usando tonica e quinta, e dizer que é um baixista de jazz. Acho muito importante ouvir os baixistas que construiram a história do contrabaixo, e tentar aprender e assimilar o jeito deles de conduzir e solar. Até hoje ninguém faz um walking bass como Paul Chambers, Ray Brown, Ron Carter, todos os baixistas que vieram depois, ouviram e assimilaram bem esses caras. E improvisando aparecem outros problemas. Vejo muitos baixistas preocupados em tocar frases "outsides", se preocupando em tirar frases de saxofonistas, guitarristas e etc. Acho muito interessante fugir um pouco do seu instrumento, para pegar idéias diferentes, mas antes disso, tem que conhecer bem a linguagem do seu próprio instrumento. Os baixistas que foram surgindo depois desses que citei, tocando de uma maneira muito mais livre e moderna, sem dúvida passaram pelo processo de aprender a linguagem do contrabaixo: Dave Holland, John Patitucci, Christian McBride, Avishai Cohen e muitos outros.

 
RR: Qual é o equipamento que você usa atualmente?
 
BM:  Uso um baixo acústico alemão, de aproximadamente 70 anos. Com captadores fishman full circle, uso um amplificador GK. Mas sempre que possível gosto de microfonar o baixo, pra ter o som real do instrumento. Baixo elétrico, uso um Gianinni modelo Rickenbacker, do ano de 76.
 
RR: Qual é a mensagem que você deixa para os visitantes, leitores e baixistas que acompanham o Blog Fala Baixo!?

BM: Queria agradecer e parabenizar o Roberto, pelo espaço dedicado aos baixistas. Espero realmente ter contribuido de alguma forma para nossa classe dos graves!
Gostaria somente de dizer que meu disco "In Set" está sendo distribuido pela tratore www.tratore.com.br e está nas lojas, ou então podem entrar em contato pelo contato@brunomigotto.com e solicitar o seu. Gravar um disco de música instrumental é sempre uma vitória, vamos divulgar e incentivar a música feita com o coração, sem interesses financeiros e/ou politicos.
Meu site é www.brunomigotto.com, e tem também algumas faixas do disco disponiveis no myspace.com/brunomigotto
É isso, mais uma vez, obrigado amigos leitores e baixistas!
Um grande abraço e nos vemos por aí nos sons!
Fiquem com Deus.

Espero que tenham gostado pessoal, um forte abraço, fiquem com Deus e até a próxima!


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